O segredo supremo
por Sharona Stillerman
Não creio que houvesse alguém tão faminto de amor como eu. Não é que não o tivesse. Tive pais amorosos, irmãos e uma boa criação; tive muito amor. Mas aquilo simplesmente não funcionava para mim.
Eu não recebia os resultados por que ansiava. Sentia que nunca era suficiente; nunca preenchia o vazio no fundo da minha alma. Em nenhum momento aquilo me deu um sentido de pertença genuína. Todos os meus relacionamentos, de família e amigos, se limitavam ao superficial, a menos que eu exigisse muito trabalho deles. Mas eu estava cansada de um amor que requeria esforço. Eu não queria um contrato. Eu ansiava por algo que fluísse diretamente e facilmente, de coração para coração, florescendo gloriosamente, além do desgaste e das lágrimas da vida quotidiana. Parece idealismo, não é? No entanto, eu acreditava, de facto, que esse amor era possível. Mas onde é que ele estava? Quando é que iria encontrá-lo? Passei a primeira metade da minha vida à procura de algo, que a maior parte das pessoas me garantia, que simplesmente não existia.
Mas avancemos…. finalmente encontrei-o! Mas não sem antes ter aprendido algumas coisas. Essas aprendizagens são tão valiosas, que sinto uma grande urgência em partilhá-las.
Primeiro - o amor não é uma emoção. É uma energia. Uma energia maravilhosa e limpa, que todos trazemos connosco, bem dentro das nossas cabeças. Isso é uma realidade! Existe uma reserva para além da nossa mente. É disso que a alma é feita. O que acontece é que ela tem acumulado camadas de sujidade, após vidas de negligência. Experimente ir além da camada exterior que está poluída e verá. Ela está lá. Viva, cintilante de amor, apenas esperando para poder dar uma nova vida aos quase moribundos e (espiritualmente) mortos.
Segundo - este amor vem com uma responsabilidade. Uma vez que o tenha visto e
conseguido experimentá-lo, e ao ser alimentado por isso, terá que explorá-lo, trazê-lo à superfície e criar sistemas que limpem o lixo e que evitem novas acumulações. Terá que mantê-lo à superfície e limpo, de modo a torná-lo disponível para quando ou para o que for necessário.
Terceiro - deve usá-lo, que é como quem diz, deve gastá-lo. Utilize-o para alimentar a sua própria vida. Pare de esperar, ou de querer, receber amor dos outros. Como um camponês que descobre reservas de petróleo no subsolo do seu terreno, você está de repente rico e, agora, pode resolver todas as suas necessidades. Só precisa de começar a perfurar e a escavar essa mina de ouro interior.
Quarto - permita que esse amor flua para os outros. Sorria. Perdoe. Dê aos outros o benefício da dúvida; acredite neles. Ao contrário da riqueza física, esta riqueza de carácter multiplica-se à medida que a usa.
Quanto mais experimentamos este amor interior, mais nos libertamos da aprovação e do amor dos outros para nos sentirmos bem connosco mesmos. Deixamos de estar sujeitos às pessoas e às situações. Pelo contrário, começamos a dar, o que é muito gratificante. E ao nos conectarmos a esse amor interior, isso coloca-nos na mesma frequência vibracional de Deus. Deus é amor puro, tão infinito como o oceano. Mergulhe neste Oceano e a sua reserva será inundada!
E então terá descoberto o segredo supremo! Você não é só um lago. Nem nunca foi feito para ser uma lagoa. Você é um rio. Restabeleça esse relacionamento com o Oceano e terá todo o amor que sempre quis, um amor que se entrega verdadeiramente. Sentir-se-á feliz e terá um sentimento de pertencer a Deus e a todos, que naturalmente virá substituir esse velho sentimento de vazio e de cansaço. Você irá começar a mudar e o mesmo acontecerá à sua volta. O verdadeiro amor faz isso. Na verdade, é a única coisa que sempre o fez.
“Wisdom of Wednesday” journal, Brahma Kumaris Godlywood Studio, India